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O Cine Panorama, que fez história nas Rocas, será reaberto

Cidades, Natal
Wender Gomes
📅23/01/2025 às 10:00

Há anos a paisagem urbana natalense perdeu a presença dos cinemas de rua. Mas isso poderá mudar em breve: o finado Cine Panorama, que já foi a atração maior do bairro das Rocas nos anos 70 e 80, deverá reabrir as portas a partir de um projeto da Fundação José Augusto com a Secretaria de Cultura do Estado (Secult). Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), Natal possui 21 salas de cinema e, ao lado de Campo Grande (MS), é uma das duas capitais que não possuem cinema de rua.


O Panorama mantém sua estrutura principal preservada o suficiente para ter a função original recuperada. Para voltar a funcionar é preciso que haja uma restauração e modernização do espaço, que está sendo desapropriado pelo Governo do RN e tombado pela Secult. A desapropriação e a restauração do prédio serão realizadas com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) 2023, que também custeará a reforma.

O Cine Panorama abriu suas portas em 29 de janeiro de 1967. Seu primeiro filme exibido foi “007 contra o Satânico Dr. No”. O prédio foi construído por Luiz de Barros, oferecendo uma alternativa aos moradores locais, que não precisariam mais se deslocar até a Ribeira, Cidade Alta ou Alecrim, onde ficavam a maioria das salas de cinema. Exibiu filmes até o início dos anos 90, virou templo evangélico em seguida, e nos 2000 fechou de vez.

Atualmente, a estrutura do prédio se mantém no formato original de cinema, com cadeiras de madeira, e mais de 500 lugares para o público. Um mezanino superior abriga espaço para projetor e o primeiro andar do prédio conta com salas para administração e espaço de convivência. A restauração dará conta de ajustes e melhorias na infraestrutura hidráulica e elétrica e de adequações de acessibilidade, proporcionando um espaço amplo e confortável para a exibição dos filmes.


No espaço de um ano, a Secult realizou reuniões presenciais e on-line com servidores do estado, secretários e responsáveis pelo prédio que abriga o cinema. Outros espaços da cidade, como os finados cinemas Nordeste e Rio Grande, também foram visitados, mas só o Panorama reunia as condições necessárias para se tornar um cinema público. Assim, as negociações com a família e a busca de recursos se deram a partir de sua identificação.


A secretária de cultura do estado, Mary Land Brito, afirmou que a restauração do Cine Panorama é essencial para garantir o acesso e ampliar a difusão de obras nacionais e locais. “Mais do que recuperar uma sala de cinema, é a gente, na contemporaneidade, conseguir atender uma demanda que é de agora. Pela primeira vez na história do RN, nós vamos ter nove longa-metragens, fora a quantidade de curtas e de videoclipes”, disse.


O cinema de rua é uma antiga reivindicação do setor cultural do RN, que há muito anseia por um local que possa dar projeção a obras produzidas no estado, assim como potencializar o acesso a filmes de circulação nacional que não ganham espaço no circuito comercial, ficando de fora das sessões em cinemas de shoppings centers.


No Rio Grande do Norte, cerca de 80 municípios já chegaram a ter salas de cinema fixas ou em exibição itinerante. Hoje, o número é bastante reduzido, e se concentra em shoppings: Natal possui quatro cinemas, Mossoró um, e Caicó também um.

Tribuna do Norte

Foto: Divulgação

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